O Método
A aprendizagem como base para a evolução

O Método Feldenkrais propõe-se visitar o movimento e as acções à medida que acontecem, sem ideias preconcebidas ou julgamento, e deixar emergir novas soluções. Desta forma, permite que cada pessoa seja mais autónoma e confiante na sua capacidade de encontrar as suas próprias soluções ao empreender as suas acções.

A sua prática permite-nos descobrir - através da experiência - como os aspectos de nós próprios que pensávamos serem imutáveis são de facto muito flexíveis: quando estes aspectos foram aprendidos na infância ou mais tarde, podem continuar a evoluir quando a aprendizagem ocorre de novo. Por exemplo, a forma como se está numa cadeira, a forma como se está, a forma como se reage a um problema, a forma como se segura os ombros, todos estes aspectos são muito mais maleáveis do que costumamos pensar.

Os seus fundamentos

As leis da mecânica, especialmente as do movimento dos corpos no campo da gravitação, as capacidades de aprendizagem do sistema nervoso central e certos princípios fundamentais das artes marciais japonesas formam a base do Método Feldenkrais ?
As nossas limitações na extensão ou fluidez do movimento nem sempre provêm de limitações mecânicas nas articulações. As nossas limitações no movimento vêm frequentemente da forma como o sistema nervoso central organiza o movimento, utilizando na sua maioria padrões de aprendizagem habituais.

O sistema nervoso central está constantemente a aprender com a experiência, independentemente da idade. Até há alguns anos atrás, pensava-se que o sistema nervoso completava a sua aprendizagem no início da idade adulta, mas descobertas recentes mostraram que não é esse o caso. Podem ocorrer reorganizações maciças, o cérebro pode de alguma forma mudar o seu modo de funcionamento. A isto chama-se neuroplasticidade. Assim, a organização de um movimento nunca é fixa e pode ser modificada. Esta possibilidade torna possível modificar - por vezes embaraçosos - padrões resultantes de uma situação passada, a fim de trazer à tona outros padrões que são adaptados às situações presentes.
Para além das experiências clínicas, investigadores em neurociência e ciência cognitiva como Francisco Varela e Humberto Maturana juntam-se às experiências por vezes intuitivas realizadas no campo psicossomático e propõem modelos teóricos que são apoiados pela prática do Método Feldenkrais.

Para Francisco Varela, o ponto de contacto entre o Método Feldenkrais e a sua própria investigação científica é a experiência humana, ou seja, a forma como cada pessoa encarna o seu pensamento na vida quotidiana. Juntamente com o biólogo e cibernético Humberto Maturana, desenvolveu a noção de "Autopoiesis", que é propriedade de um sistema para produzir, manter e definir-se a si próprio. De um ponto de vista filosófico e até político, e para se juntar ao projecto do Método Feldenkrais, Autopoiesis devolve ao ser humano o seu poder de acção e a sua autonomia. A sua prática: Integração Funcional e Sensibilização através do Movimento.

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